"Hoje em dia, o ser humano apenas tem ante si três grandes problemas que foram ironicamente provocados por ele próprio: a super povoação, o desaparecimento dos recursos naturais e a destruição do meio ambiente. Triunfar sobre estes problemas, vistos sermos nós a sua causa, deveria ser a nossa mais profunda motivação."

Jacques Yves Cousteau (1910-1997)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Poluição Sonora

Os sons de qualquer natureza podem-se tornar insuportáveis quando emitidos em grande "volume", neste caso, o mais correcto é dizer-se que esse determinado som possui nível elevado de pressão sonora, ou elevada intensidade. O termo ruído pode ser utilizado em vários contextos. É algo inoportuno, indesejável, que pode prejudicar a percepção de um sinal (eléctrico, por exemplo) ou gerar desconforto (no caso de um ruído sonoro). É um atributo qualitativo (e não quantitativo). Quantitativamente mede-se, no caso de um determinado som, o seu nível de pressão sonora.

Fala-se de ruído na comunicação quando existe qualquer factor externo à fonte emissora e receptora que prejudique a compreensão de uma mensagem.

A perda da audição é o efeito mais frequentemente associado a qualquer som, seja ele ruidoso ou não, musical ou não, que possua níveis elevados de pressão sonora, ou seja, que ultrapasse os limites de tolerância cientificamente já estabelecidos para o ouvido humano, para a maioria das pessoas.



Características
  • Não deixam resíduos.
  • É um dos contaminantes que requerem menor quantidade de energia para ser produzidos.
  • Têm um raio de acção pequeno .
  • Não são transportados através de fontes naturais, como por exemplo, o ar contaminado levado pelo vento, ou um resíduo líquido quando é transportado por um rio por grandes distâncias.
  • São percebidos somente por um sentido: a audição. Isto faz com que muitas pessoas subestimem seu efeito.
  • Não se acumulam.
Principais medidas para se prevenir de lesões
  • Redução do ruído e outros sons poluentes na fonte emissora.
  • Redução do período de exposição (principalmente para pessoas expostas continuamente a processos que geram muito ruído), quando não for possível a neutralização do risco pelo uso de protecção adequada.
  • Uso de protecção nos ouvidos adequada ao risco auditivo.
  • Em festas colocar o som com volume adequado ao "Ambiente", evitando-se o volume alto. Não sendo possível, não permanecer por tempo prolongado em ambientes onde se tenha que gritar para ser ouvido pelo interlocutor à distância de um metro.
Impactos na saúde humana
  • Redução da capacidade auditiva
  • Perturbação do sono (insónias)
  • Interferência com a comunicação
  • Interferência com a concentração e aprendizagem
  • Efeitos fisiológicos como hipertensão.
  • Stress
  • Depressão  
  • Perda de memória 
  • Dores de Cabeça
  • Aumento da pressão arterial 
  • Cansaço 
  • Gastrite e úlcera 
  • Baixa de rendimento escolar e no trabalho
  • Surdez (em casos de exposição à níveis altíssimos de ruído)
Para além destes efeitos, o ruído causa desconforto, desassossego e irritação.

Cada um destes danos está associado a uma série de factores, como o tipo de ruído (se é grave ou agudo, por exemplo), a sua intensidade, o tempo de exposição e as características da pessoa sujeita ao ruído.




O Mundo representado actualmente


Impactos na Natureza

O ruído em excesso pode interferir nos ciclos de vida de muitas espécies de animais, incluindo os comportamentos de alimentação, reprodução e migração.

Muitas espécies de animais dependem da audição para caçar, para se protegerem de predadores e para comunicar. A redução da eficiência destas actividades sente-se ao nível da produtividade e de um elevado número de parâmetros fisiológicos.

Um dos grupos mais dramaticamente afectados é o dos mamíferos marinhos. Neste grupo a comunicação acústica é muito importante, sendo o ouvido de muitas espécies muito sensível. O ruído causado pelos navios, que é transportado a grandes distâncias (o som propaga-se mais rapidamente e a maior distância na água do que no ar), interfere de forma significativa na comunicação destas espécies, fazendo, por exemplo, com que os seres de sexos diferentes não se consigam encontrar, o que tem consequências desastrosas para a sua reprodução e consequentemente para a sobrevivência da espécie. Pensa-se que a causa de muitas baleias “encalharem” nas praias tenha a ver com desorientação causada pela poluição sonora.

O que fazer para reduzir esta fonte de poluição

Transporte rodoviário

O transporte rodoviário é a principal fonte de poluição sonora. Existe uma grande variedade de soluções para reduzir o seu impacto:
  • Redução do recurso a veículo próprio. Andar mais a pé, de bicicleta ou transportes públicos.
  • Restringir o uso de motos de todo terreno, e impedi-lo em zonas ecologicamente sensíveis e perto de habitações.
  • Melhorar o ordenamento do território, de modo a que a intensidade de tráfego possa ser mais facilmente reduzida.
  • Alteração do material que compõe a superfície das estradas por um que reduza o atrito e o ruído produzido.
  • Construir barreiras sonoras em torno de vias muito movimentadas.

Transporte aéreo

O transporte aéreo é também uma grande fonte de poluição sonora. Eis algumas medidas que devem ser tomadas:
  • Produção de aviões mais silenciosos.
  • Evitar que as rotas aéreas sobrevoem zonas habitacionais, em especial nas fases de aterragem e levantamento. Se tiverem que sobrevoar estas zonas, evitar que o façam durante o período nocturno.
  • Não construir aeroportos perto de zonas habitacionais ou de zonas ecologicamente sensíveis.
Ruído industrial

A exposição de trabalhadores ao ruído industrial é uma das grandes causas de problemas de saúde associados à poluição sonora. Algumas medidas devem ser realizadas para minimizar os seus efeitos:
  • Melhorar a performance de equipamentos industriais, para que sejam mais silenciosos.
  • Os trabalhadores devem usar equipamento protector quando trabalham sujeitos a valores de ruído considerados perigosos.
  • Construção de barreiras isoladoras do som.
  • Melhorar o ordenamento do território, de modo a que as zonas industriais não sejam edificadas na proximidade de zonas habitacionais.
Ruído na habitação
  • Evitar ouvir música com o som muito alto.
  • Melhorar as construções de forma a aumentar o isolamento sonoro.
  • Utilizar vidros duplos nas janelas.
  • Melhorar a performance de aparelhos domésticos (ex: máquinas de lavar, arcas frigoríficas, aspiradores) para que sejam mais silenciosos.

    quinta-feira, 4 de março de 2010

    Poluição Luminosa

    A poluição luminosa é a luz externa excessiva e mal direccionada que causa o fulgor (brilho) que se vê no céu acima das cidades, isto é, a luz mal usada na iluminação de ruas, praças, residências estabelecimentos, anúncios publicitários, sinalização aérea e marítima, edifícios e torres iluminadas, barcos de pesca, luzes de segurança, faróis de veículos, bem como toda outra fonte artificial de luz.

    As luminárias mais utilizadas em iluminação pública são ineficientes, mandando literalmente grande parte da luz para o espaço, ou seja, gasta-se energia para se iluminar mal a rua e ainda poluir o ambiente.

    Esta luz polui de que maneira?

    Essa excessiva luz interfere não só na diminuição da visibilidade das estrelas que prejudica a observação astronómica, mas também interfere nos ecossistemas, prejudicando animais, como aves, peixes e tartarugas marinhas.

    A poluição luminosa pode ser evitada?

    Pode e facilmente. Basta que se tenha o cuidado de utilizar, nas vias públicas, luminárias que só lançam luz para o chão, no máximo até a base do poste seguinte.

    Algumas empresas e habitações exageram na iluminação das suas propriedades. A redução desta iluminação traria benefícios, como diminuição da poluição e gasto de energia.


    Exemplo de um bom candeeiro

     Este é o esquema da má iluminação. Neste tipo de luminária, a luz espalha-se por todas as direcções, principalmente para cima, deixando deficiente a iluminação do solo e poluindo o céu nocturno, ofuscando o brilho dos astros.

     Nas boas luminárias, a luz não ultrapassa a horizontal, concentrando a luz no chão até a base do próximo poste. Dessa forma, preserva-se o céu e economiza-se energia, sem prejudicar a qualidade da iluminação!

    Poluição luminosa em 1908

    Poluição luminosa em 1988

    Impactos no ser humano

    Na saúde, a iluminação artificial pode produzir efeitos fisiológicos no ser humano, alterando a produção de hormonas responsáveis pelo ciclo dormir e estar acordado. A interrupção deste ciclo está associada a problemas como a insónia, a depressão, a asma e mesmo ataques cardíacos.
    O excesso de iluminação artificial já foi por diversas vezes responsável pelo encandeamento de condutores de veículos, provocando acidentes graves, até mesmo mortes.

    Na astronomia, a poluição luminosa tem dificultado cada vez mais a observação dos astros, interferindo com a operacionalidade dos telescópios. Certos jovens vão deixar de desenvolver o gosto pela ciência, e outras pessoas, simples contempladoras das estrelas e lua, vão perder essa possiblidade.
    Actualmente, nas grandes cidades esse prazer já nos é negado.

    A foto da avenida acima mostra como as lâmpadas expostas “atiram” a luz em direcções incorrectas (para cima e para os lados) e causam ofuscamentos que colocam em risco a segurança dos condutores. Excesso de luz não significa mais segurança!

    Impactos na Natureza

    Muitas espécies de aves migram sobretudo durante a noite e utilizam a lua e as estrelas como meio de orientação. Quando voam sobre áreas intensamente iluminadas é frequente desorientarem-se e acabarem por morrer. É normal encontrarem-se centenas de aves mortas em torno de um farol durante o período migratório.

    As tartarugas marinhas também são afectadas. Estas vêm desovar a terra, dirigindo-se em seguida para o mar. As crias quando eclodem estão muito vulneráveis a todo tipo de predadores e têm que caminhar para o mar o mais rapidamente possível. No entanto, são atraídas pelas luzes afastando-se do mar e acabam por se tornar indefesas.

    Outras espécies, como os pirilampos, comunicam por sinais luminosos, sendo esta comunicação impedida ou dificultada pelo excesso de luz.

    Durante o blackout em 14 de Agosto de 2003

    Após o blackout