"Hoje em dia, o ser humano apenas tem ante si três grandes problemas que foram ironicamente provocados por ele próprio: a super povoação, o desaparecimento dos recursos naturais e a destruição do meio ambiente. Triunfar sobre estes problemas, vistos sermos nós a sua causa, deveria ser a nossa mais profunda motivação."

Jacques Yves Cousteau (1910-1997)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Poluição dos Solos

Consiste na presença indevida, no solo, de elementos químicos estranhos, como os resíduos sólidos ou efluentes liquidos produzidos pelo homem, que prejudiquem as formas de vida e o seu desenvolvimento regular.

Poluição de origem agrícola

A contaminação dos solos torna-se um problema quando:
  • Há uma fonte de contaminação;
  • Há vias de transferência de poluentes que viabilizam o alargamento da áera contaminada;
  • Há individuos e bens ameaçados por essa contaminação.

    O problema pode ser resolvido por:
    • Remoção dos individuos e bens ameaçados;
    • Remoção da fonte de poluição;
    • Bloqueamento das vias de transferência (isolamento da área).
    Poluição de origem urbana

    Nas áreas urbanas o lixo jogado sobre a superfície, sem o devido tratamento, são uma das principais causas dessa poluição. A presença humana, lançando detritos e substâncias químicas, como os derivados do petróleo, constitui-se num dos problemas ambientais que necessitam de atenção das autoridades públicas e da sociedade.


    Aterros sanitários

    Os depósitos de lixo são um verdadeiro veneno para o solo. Vários produtos químicos chegam misturados ao lixo. Esses produtos aos poucos infiltram-se na terra e acumulam-se ao longo do tempo. Quando a chuva cai, o lixo e os produtos químicos são arrastados.

    O monte de lixo também liberta fumo tóxico. O cheiro de um depósito de lixo é insuportável, por causa da libertação de um gás mal-cheiroso e inflamável, chamado metano.
    O solo é um recurso finito, limitado e não renovável, face á sua taxa de degradação potencialmente rápida, que tem vindo a aumentar nas últimas décadas – pela pressão crescente das actividades humanas – em relação á sua taxa de formação e regeneração extremamente lenta. Convém ter a noção que a formação de uma camada de solo de apenas 30 cm leva  1000 a 10000 anos a completar-se.

    A urbanização crescente das sociedades modernas promove uma separação do mundo rural e faz perder a noção da importância do solo como suporte de vida no planeta. O motivo de tanta preocupação é o facto de que o solo, uma vez degradado e contaminado, terá consequências ambientais, sanitárias, económicas, sociais e politicas que poderão limitar ou até inviabilizar a sua utilização posterior.

    Poluição Térmica

    A poluição térmica, embora tendo um considerável impacto ecológico, é, talvez, uma das formas de poluição menos conhecidas, o que decorre do facto de não ser directamente visível ou audível.

    Este tipo de poluição resulta de uma elevação da temperatura do meio de suporte de um determinado ecossistema (por exemplo, um rio), em consequência de uma acção humana, como o despejo de efluentes industriais a temperaturas superiores à do meio aquático em que são diluídos, ou pela libertação de águas de arrefecimento provenientes de centrais eléctricas e, sobretudo, nucleares.



    As principais consequências negativas:

    • O aumento da temperatura faz com que espécies termosensíveis (com reduzida tolerância a variações de temperatura) desapareçam, visto não suportarem as novas condições do meio.
    • Diminuição da quantidade de oxigénio dissolvido na água (a água quente comporta menores quantidades de oxigénio dissolvido que a água fria), podendo conduzir a situações de asfixia.
    • O incremento da temperatura faz com que espécies termosensíveis (com reduzida tolerância a variações de temperatura) desapareçam, visto não suportarem as novas condições do meio. Por exemplo, o desaparecimento da truta em rios em que ocorreu um aumento da temperatura da água.
    • Podem surgir importantes alterações ecológicas no meio, resultantes da substituição de espécies termosensíveis por outras termotolerantes, as quais suportam uma gama mais ampla de temperaturas originando alterações nas cadeias tróficas e nas relações interespecíficas das espécies que habitam o meio. Por exemplo: a substituição da truta pela carpa.
    • Aumento da sensibilidade aos poluentes, já que a aproximação aos limites de tolerância de um dado factor (temperatura, neste caso) diminui a tolerância a outros factores (por exemplo, concentração de metais pesados).
    • Favorecimento do desenvolvimento bacteriano, em consequência da aproximação ao óptimo térmico de algumas espécies nefastas.
    • Perturbações na reprodução, já que os juvenis, assim como os ovos (e as células sexuais, das espécies com fecundação externa) são, regra geral, muito pouco termotolerantes.
    • Morte por choque térmico, causada, por exemplo, pela alteração brusca da temperatura de um ribeiro junto à conduta de saída de um afluente sobreaquecido.
    • Potenciação da eutrofização dos cursos de água onde exista matéria orgânica em quantidades consideráveis.
    • Diminuição da diversidade da fauna e da flora aquática
    • Perturbações várias na alimentação dos animais aquáticos, por alterações no zoo e fitoplâncton.
     

      A poluição térmica aérea assume importância sobretudo ao nível das zonas urbanas e industrializadas, em consequência da libertação dos fumos e escapes aquecidos, resultantes da queima de combustíveis fósseis. Estes gases contribuem também para o incremento do efeito de estufa e do smog, gerando, deste modo, uma poluição térmica indirecta adicional.

      As principais formas de erradicação da poluição térmica passam pela redução da libertação de fumos quentes, o que implica uma diminuição da queima de derivados do petróleo, bem como pelo pré-arrefecimento dos efluentes libertados nos rios e águas superficiais. A energia térmica deste efluentes pode ser utilizada, por exemplo, no aquecimento urbano, o que não só reduz a poluição, com também permite uma maior rentabilização energética e económica.

      segunda-feira, 19 de abril de 2010

      Poluição Visual

      Dá-se o nome de poluição visual ao excesso de elementos ligados à comunicação visual (como cartazes, anúncios, propagandas, placas, etc.) dispostos em ambientes urbanos, especialmente em centros comerciais e de serviços.
      Também é considerada poluição visual algumas actuações humanas sem estar necessariamente ligadas a publicidade tais como o grafite, fios de electricidade e telefónicos, os edifícios com falta de manutenção, o lixo exposto não orgânico, e outros resíduos urbanos.


      Para além de promover o desconforto espacial e visual daqueles que passam por estes locais, este excesso torna as cidades modernas mais saturadas, desvalorizando-as e tornando-as apenas um espaço de promoção do fetiche e das trocas comerciais capitalistas. No entanto o problema, não é a existência da propaganda, mas o seu descontrolo.
      Certos municípios, quando tentam revitalizar regiões degradadas pela violência e pelos diversos tipos de poluição, baixam normas contra a poluição visual, determinando que as lojas e outros geradores desse tipo de poluição mudem suas fachadas a fim de tornar a cidade mais harmónica e esteticamente agradável ao habitante e turista.



      Consequências da poluição visual

      A poluição visual degrada os centros urbanos pela não coerência com a fachada das edificações, pela falta de harmonia de anúncios, logótipos e propagandas. O indivíduo perde, em certo sentido, a sua cidadania (no sentido de que ele é um agente que participa activamente da dinâmica da cidade) para se tornar apenas um espectador e consumidor. O exagero da propaganda na paisagem urbana pode ser considerado uma característica da cultura de massas pós-moderna.


      Impactos na saúde:
      • Agride a sensibilidade humana, influencia a mente e afecta mais psicologicamente do que fisicamente.
      • Prejudica a sinalização do trânsito, trazendo problemas de segurança aos cidadãos.
      • Obstrui passeios trazendo transtornos aos pedestres.
      Talvez a consequência mais nefasta da poluição visual seja a descaracterização do conjunto arquitectónico, especialmente observada no centro e nos bairros históricos das cidades.


      A segurança dos cidadãos:

      Uma das maiores preocupações sobre a poluição visual em vias públicas de intenso tráfego, é que pode colaborar para acidentes automobilísticos. Em alguns casos a poluição visual coloca em risco a vida das pessoas já que muitas faixas e propagandas são colocas em cruzamentos de avenidas confundindo com as suas cores vermelhas a sinalização de trânsito. Muitos países possuem legislações específicas para controlo de sinalizações em diversas categorias de vias.



      Alguns psicólogos também afirmam que os prejuízos não se restringem à questão material mas atingiriam também a saúde mental dos usuários, na medida em que sobrecarregaria o indivíduo de informações desnecessárias

      As grandes cidades apresentam um grande número de cartazes publicitários, os quais, juntamente com a concentração de edifícios e a carência de áreas verdes constituem uma área de estrema poluição visual que degrada o meio ambiente.


      Durante muito tempo, a publicidade integrou a paisagem das cidades, mas hoje percebe-se um exagero que funciona como um factor de degradação das mesmas. A poluição visual acontece quando, com tantas referências acumuladas, as pessoas não têm mais noção de espaço, prejudicando a percepção do mesmo e atrapalhando a circulação dos cidadãos. 

      quinta-feira, 15 de abril de 2010

      Poluição Hídrica

      A água pode ter a sua qualidade afectada pelas mais diversas actividades do homem, sejam elas domésticas, comerciais ou industriais. Cada uma dessas actividades gera poluentes característicos que têm um determinado efeito no corpo receptor.

      A poluição hídrica é a poluição em meio aquático. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), define-se como água poluída toda a água cuja composição tenha sido directa ou indirectamente alterada e invalide parcial ou totalmente os fins a que esta inicialmente se destinava.




      O homem e o avanço tecnológico como principais poluidores


      Este tipo de poluição é gerado, usualmente, em zonas industriais. Com o avanço da tecnologia e da indústria, o número de fábricas também aumenta. Muitas dessas trabalham com produtos químicos e nocivos, que depois de utilizados são despejados pois não permitem uma nova reutilização. O que há de errado é o facto de rios e lagos servirem como local de depósito para esses mesmos químicos.
      A principal fonte de poluição hídrica é o Homem, quer seja através de fábricas, quer seja através de simples gestos de lançar resíduos nos rios, lagos e mares.




      Mas quais são as reais consequências da poluição hídrica?

      A água é um habitat para muitos seres vivos. Com a poluição e contaminação da água, várias espécies poderão ser afectadas. Além das consequências para as espécies marinhas, são também consideráveis as possíveis consequências para o Homem. Tendo em conta que espécies de peixes servem de alimento ao Homem, estas ao morrerem irão comprometer a alimentação da espécie humana.
      Por outro lado, um dos recursos mais importantes e mais usados pelo Homem é a água. Se esta está poluída, poderá provocar doenças e levar mesmo à morte.

      A concentração de matéria orgânica nos rios proveniente dos esgotos provoca um aumento de decompositores que consome o oxigénio dissolvido na água acabando por matar os respectivos animais aquáticos.


      Os pesticidas e herbicidas são venenos, por isso, quando lançados na água, acabam por matar plantas e os animais aquáticos.
      Do mesmo modo, poluição do mar provoca a destruição dos ecossistemas marinhos e litorais, matando ovos, larvas, peixes e mamíferos.

      Também as aves aquáticas, quando contaminadas com o petróleo, morrem afogadas porque as suas penas não permitem o voo.




      Outras consequências

      A eutrofização é o fenómeno causado pelo excesso de nutrientes num corpo de água mais ou menos fechado, o que leva à proliferação excessiva de algas, que, ao entrarem em decomposição, levam ao aumento do número de microrganismos e à consequente deterioração da qualidade da água.

       A hipoxia é um fenómeno de baixa concentração de oxigénio que ocorre em ambientes aquáticos, quando a concentração de oxigénio dissolvido (OD) encontra-se a níveis reduzidos, ao ponto de causar danos nos organismos aquáticos presentes no ecossistema.

      Chuvas ácidas, inundações, redução do potencial hídrico do planeta, e o aparecimento de inúmeras doenças ocasionadas pela poluição, são alguns dos graves exemplos das consequências e do nível de degradação da natureza em que o planeta se encontra.

      Em suma, existem várias acções que podem ser tomadas para evitar a poluição hídrica.
      Os governos têm tomado medidas, nomeadamente alterações legislativas quanto à emissão de resíduos para a água por parte da indústria.
      Outra medida poderá ser tratar as águas dos esgotos ao invés de as lançar directamente para o mar contendo ainda todos os poluentes e bactérias nocivas à vida. A água era até há bem pouco tempo considerada como um recurso renovável, mas esta ideia está a começar a alterar-se. A forma como o Homem usa e polui a água é algo preocupante, o que a curto prazo poderá trazer consequências cada vez mais graves.




      A poluição nos países ricos é resultado da maneira como a sociedade consumista está organizada para produzir e desfrutar da sua riqueza, efeito do progresso material e bem-estar. Já nos países pobres, a poluição é resultado da pobreza e da ausência de educação dos seus habitantes, que, assim, não têm base para exigir os seus direitos de cidadãos. A Educação Ambiental vem justamente resgatar a cidadania para que o povo tome consciência da necessidade da preservação do meio ambiente, que influi directamente na manutenção da sua qualidade de vida.

      segunda-feira, 12 de abril de 2010

      Poluição do ar e explicações em vídeo





      Poluição Atmosférica

      A poluição atmosférica é o efeito provocado na atmosfera por diferentes elementos sólidos, líquidos, ou gasosos, provenientes sobretudo da actividade do Homem.
      A adição dos contaminantes pode provocar danos directamente na saúde humana ou no ecossistema, e para além de prejudicar a saúde, pode igualmente reduzir a visibilidade, diminuir a intensidade da luz ou provocar odores desagradáveis.


      Os problemas mais graves de contaminação do ar surgem nas cidades e áreas com um grande nível de industrialização, embora cada vez mais se generalizem por todo o planeta, facto que merece a nossa preocupação.

      A influência dos contaminantes, ou substâncias poluentes, no grau de poluição depende da sua composição química, concentração na massa de ar ou mesmo dependendo das condições climatéricas, que podem influenciar a sua dissipação, ou os mecanismos reaccionais que podem dar origem a novos poluentes.


      A poluição do ar nas áreas urbano-industriais, ocorre devido ao facto de estas regiões serem as que possuem mais focos de poluição, como os escapes dos automóveis (que emitem grandes quantidades de gases poluentes), os aquecimentos domésticos, os fumos industriais e outros, os incêndios florestais e as pulverizações com pesticidas.

      Outros factores que também contribuem para a poluição atmosférica são: as características climáticas de cada região, a posição geográfica e os ventos dominantes.

      Os espaços propícios para a concentração da poluição atmosférica são os locais afastados do litoral e regiões abrigadas (pouco ventosas). Nestes locais existe uma maior concentração de poluição, pois o ar não se movimenta e os gases acomulam-se.

      Os espaços desfavoráveis para a concentração da poluição atmosférica são as regiões litorais ou montanhosas, onde o ar é ascendente. Nestes locais existe uma menor concentração de poluição, pois o ar sobre mais movimentos.

      Nos países desenvolvidos verifica-se uma maior concentração de poluição atmosférica, devido ao grande nível de industialização e ao modo de vida das pessoas que utilizam em demasiado os automóveis, os CFC’s (Clorofluorcarbonetos) (, etc. No entanto este problema cada vez mais se estende aos países em desenvolvimento, devido a esses países começarem a utilizar cada vez mais automóveis e a ter cada vez mais fábricas.

      Consequências da poluição atmosférica
      • O Smog

      Como foi dito anteriormente, as condições geográficas e meteorológicas também são muito importantes para o agravamento ou diminuição do efeito da poluição do ar.

      O “Smog” define-se como uma combinação de fumo e de nevoeiro em áreas urbano-industriais e a sua formação é favorecida pelos focos de poluição, que aumentam o número de núcleos de condensação (poeiras ou partículas diversas) na atmosfera saturada ou quase saturada.

      Algumas consequências do Smog:
      • A inversão térmica, ou seja, o aumento da temperatura durante o dia, e em condições de grande arrefecimento nocturno.
      • O Smog provoca directamente nas pessoas asma, bronquite, problemas respiratórios e cardíacos.
      • A concentração de fumos à superfície.

      Algumas cidades que sofrem de Smog:
      • Los Angeles.
      • Londres, e foi onde ocorreu a situação mais grave, no ano de 1952, devido à conjugação de vários fenómenos meteorológicos, conhecido como o Grande Nevoeiro de 1952 ou o Big Smoke.
        • As chuvas ácidas
        As chuvas ácidas formam-se com a libertação de dióxido de enxofre e de óxido de azoto (provenientes de fábricas e automóveis) para a atmosfera. Esses gases que foram libertados para a atmosfera são levados pelos ventos para as nuvens.

        A combinação destes gases com o oxigénio e o vapor de água contido nas nuvens, dá origem a ácido sulfúrico e ácido nítrico, ou seja, formam-se as chuvas ácidas.

        Com a precipitação, as chuvas ácidas originam a acidificação dos solos, que vai prejudicar a agricultura e as espécies de árvores e plantas que vão nascer. Outra consequência é a destruição da vegetação e a contaminação da água, que é muito prejudicial para a vegetação assim como para os animais.

        As chuvas ácidas embora afectem mais as regiões industrializadas da América do Norte (EUA e Canadá) e da Europa (Alemanha, Áustria, Polónia, República Checa, Escandinávia), devido à emissão de dióxido de enxofre e à queima de petróleo e carvão, são um problema global visto que os ventos transportam as partículas poluentes.


         Alterações de uma estátua após a queda de chuva ácida